Este estudo de caso apresenta o Movimento Todos Pelas Vacinas. Analisamos os resultados de nossas experiências na condução da comunicação científica em plataformas digitais. O Todos Pelas Vacinas (TODOS) é um coletivo que reuniu diversos grupos de comunicação científica para trabalhar temas de vacinação durante a pandemia da Covid-19. Teve início em dezembro de 2020, durante uma campanha para combater a desinformação e a hesitação vacinal. Durante a organização para o lançamento do Todos Pelas Vacinas, buscamos envolver diferentes comunidades e personalidades, dos quais participaram membros da comunidade científica, jornalistas, personalidades, influenciadores e movimentos sociais. O TODOS foi originalmente formado pelo Observatório Covid-19 BR, Rede Análise e Blogs de Ciência da Unicamp, e foi lançado em 21 de janeiro de 2021. Outros coletivos se juntaram ao esforço durante o curso da pandemia.
No dia de lançamento do TODOS, o movimento teve uma ação coletiva, com apoio de grupos de fãs de K-pop, conhecidos no Brasil como Army Help The Planet, cujas atividades envolvem engajamentos em causas políticas, ambientais, científicas e de saúde em redes sociais - em especial o Twitter. A ação alcançou os trending topics do Twitter com a hashtag #TodosPelasVacinas. A partir dessa experiência, estabelecemos parcerias públicas e parcerias públicas e privadas para diferentes campanhas realizadas ao longo de 2021 e início de 2022. Essas parcerias atingiram mais de 70 milhões de usuários em diferentes mídias sociais da META e fomos premiados com o com o prêmio TikTok 4good em 2021. O coletivo também articulou mais de 300 produtores de conteúdo científico com artistas e personalidades para desenvolver iniciativas para atingir diferentes públicos, articulando cultura, ciência e estratégias eficientes de mídia social - uma nova abordagem para a comunicação científica. Ao longo de mais de um ano de atividades constantes, produzimos desde materiais textuais, como vídeos, músicas, imagens, infográficos e ações coletivas combatendo ativamente a desinformação articulando arte, cultura e ciência. Estas ações tiveram ênfase em combater a desinformação propagada em redes sociais massivamente, buscando levar informação segura e verificável. Durante todas as ações executadas durante a pandemia, conseguimos atingir populações diversas, por meio de veículos de televisão, jornal e rádio, em função da projeção alcançada pelo movimento. É relevante destacar que durante a pandemia de Covid-19 o Brasil viveu uma séria campanha anti-vacinal, atrelada inclusive às esferas governamentais. Deste modo, nosso trabalho em redes sociais e em veículos de comunicação, atingindo milhões de pessoas com diferentes tipos de materiais, mostrou-se relevante tanto politicamente, quanto cientificamente. Este relato de experiência explora as práticas e os insights desenvolvidos desde o lançamento oficial do coletivo e prospecta as próximas etapas: o desenvolvimento de iniciativas coletivas para questões comuns, desenvolver uma comunicação científica baseada em lutas comuns e socialmente relevantes para o Brasil.